Chamado
Missionário? Dúvidas??? (1)
Algumas sugestões para o preparo
pré-campo.
Ter um chamado missionário é um
grande privilégio, e na vida de muitas pessoas começa como uma grande paixão.
Querem ir e querem ir já, porque há tantos que se perdem. Estudar muito seria
uma perda de tempo.
Eu estou totalmente convencida
do contrário. A tarefa é urgente sim, mas isso não significa que devemos ser
imediatistas, nem que Deus tenha pressa. Deus se preocupa muito em preparar seu
servo da melhor maneira para que se torne instrumento de bênção na hora
própria.
A Necessidade de Confirmar a
convicção da Vocação.
Não existe chamado a Cristo para
a salvação, nem chamado para o discipulado, para o serviço, para a renúncia por
amor a Cristo, mas sim uma resposta grata ao Senhor que sendo rico, santo,
glorioso, por amor de nós se fez pobre, vulnerável, pecado. Nesse sentido, o
missionário não é diferente de qualquer outro cristão. O Espírito Santo foi
dado à igreja, e a todo cristão verdadeiro para nos fazer testemunhas de Jesus
Cristo (At 1:8). O que há então de especial no chamado missionário? Como posso
saber se eu fui chamado, se a outra pessoa foi chamada?
Até certo ponto se trata de uma
experiência subjetiva, no sentido de ser intensamente pessoal, e íntima. Por
outro lado precisa de confirmação objetiva, deve haver outros que reconheçam e
apoiem esse chamado.
Como a Bíblia nos ajuda para
saber se tenho chamado, e para onde ou o quê Deus está me chamando?
Em primeiro lugar mostra que não
há 2 chamados iguais, cada pessoa foi chamada de uma maneira especial, mas
todos os chamados de Deus eram reconhecíveis e até certo ponto reconhecidos
pelos fiéis e obedientes:
• Abraão foi chamado a abandonar sua família e terra e a
peregrinar em terra desconhecida.
• Moisés foi chamado quando não mais o desejava, e quando se
sentia menos capacitado e apesar de ter sido rejeitado pelo povo quando tentou
ajudar.
• Davi, quando não pensava em nada além de sua tarefa de
cuidar das ovelhas do pai;
• Samuel, quando era menino pequeno, consagrado pela mãe;
• Jeremias, como jovem sensível e tímido;
• Isaías, como pessoa marcada pela visão da glória de Deus;
• Neemias, porque foi sensibilizado com o sofrimento do seu
povo, foi chamado a deixar o luxo e conforto da corte e a se identificar com um
povo que vivia em circunstâncias simples, difíceis, e muita insegurança;
• Amós foi tirado de sua labuta no campo para levar a palavra
de Deus ao reino do Norte que vivia em plena rebelião contra o Senhor, adorando
falsos deuses e cometendo todo o tipo de injustiças sociais;
• Jonas, que não tinha o menor interesse na salvação dos
assírios, foi enviado e usado por Deus para salvar a cidade que quer ver
destruída;
• Pedro, quando reconheceu ser um pecador indigno, e Deus foi
quebrando sua inconstância e seus preconceitos e tornando-o um instrumento para
a salvação de muitos;
• Mateus, trabalhando na desprezada coletoria;
• Paulo, em plena tarefa de perseguir a igreja… Paulo o judeu
extremamente zeloso e defensor das suas tradições tornou-se o instrumento de
Deus para escancarar a porta da salvação para os gentios.
O que havia em comum é que uma
vez chamados, esses homens de Deus não podiam se calar, e continuar seus
caminho como se nada tivesse havido.
Nem todo o chamado é para
missões transculturais, mas toda igreja deve comprometer-se com essa tarefa que
Jesus lhe transmitiu. Isso faz parte da própria natureza e propósito básico da
Igreja. E toda pessoa chamada deve ter o apoio e a confirmação da sua igreja,
de líderes cristãos amadurecidos. Caso sua igreja local não tenha ainda visão
missionária, você pode ser um instrumento para despertá-la e haverá outros
“pais na fé” que reconhecerão o seu chamado. (Veja o caso de Barnabé, enviado
pela igreja de Jerusalém; e Paulo e Barnabé, enviados pela igreja de
Antioquia).